quarta-feira, 23 de março de 2011

O homem contemporâneo

O homem triste
O homem convencional
O homem inlivre
O homem desanimal

O homem alouco
O homem assábio
O homem certo
O homem saco

O homem bem sucedido
O homem sem criatividade
O homem sem vaidade
O homem sem verdade

O homem contemporâneo
O homem contemporâneo
O homem contemporâneo
O homem contemporâneo...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Melancolia à francesa

Não tenho  buscado a beleza da vida. Talvez tenha me tornado o inverso de um dandista. O romance paga qualquer sacrifício? Sei que sou parte do mundo e vice-versa. Então critícá-lo, odiá-lo e condená-lo. É fazer o mesmo comigo. Serei pessimista ou apenas constatei a realidade? Você dirá que depende do ponto de vista. E eu direi que a relatividade é uma morfina. Mas concordo com você. Às vezes eu só queria saborear minha melancolia, prato morno, com um copo de uísque, fumo e os acordes tristes do Yan Tiersen. Essa é a beleza da vida que eu não procurava... será?

sexta-feira, 18 de março de 2011

Cervejisses, charutagens e sentimentalismo gratuito.

Vai partir de mim velho poeta nostálgico! Velhice e nostalgia não são necessariamente um pleonasmo. Vai embora com teu charuto velho, tanto quanto você, e suas ilusões vazias qual copos de cachaça nos fins de seus dias em bares que esteve e ninguém te viu! Vai, mas vai pra longe! Vai! Que tuas lamúrias não são bem vindas, que tua solidão é uma mentira, que tua sensibilidade, tão aclamada pelos ouvintes de tua poesia, são somente a loucura de um velho sentimentalista. Vai embora de mim seu pseudoboêmio! Onde estão tuas paixões agora que é só um rato de escritório? Você gostaria de estar lá na chuva adoecendo e isso provaria sua força centrípeta. Mas nem nisso você acredita . Melhor do que partir é morrer. O eufemismo é mais uma moral fedida e cuspida com um laçinho de disfarce. Estamos vivendo o neo-renascentismo, mas você não rompe grilhão algum. Então vai logo embora de mim! E eu amadureço. Vai poeta velho, sem paixão, e deixa a saudade me matar de falta de mim.


Nota: O velho nesta prosa é uma metáfora. Um sentimento velho. A velha poesia no eu-lírico. Não tenho nenhum preconceito com pessoas que tenham bastante tempo de existência.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Tumorifíca

O corpo de idéias
Da cabeça da gente
Quando amarrado
Com o tempo atrofia
Não se move
E tumorifíca.
O corpo é movimento
As palavras também
Ação e pensamento
São fenômenos idênticos
Se não se move
Nodifíca
Estagnação é coisa de pedra
Gente é roda gigante
Gente é organismo mutante
Estática é coisa de pedra
Gente desequilibra
Vive, voa, vibra.
Quem não se move
Petrifíca.