O pai olhando para o teto absorto e cutucando um dente mole. O filho, perplexo, chega e pergunta:
-Pai, o que foi?
-Engraçado como tudo tem nome não é filho? - responde o pai e continua - teto, blusa - apontando para as coisas do mundo que citava - cama, coberta...
-É mesmo pai... - concorda o filho, sem de fato compreender o estranhamento do pai.
-Xandrão, tira a mão do dente e vem jantar! Vem Samuel, já passa da hora de comer! - exclama a mãe da cozinha.
Ambos obedecem a mãe. Mas o estranhamento do pai e a fala prosaica da mãe, hoje cortam de ausência o coração do filho, lhe seca a garganta e umedece os olhos de uma saudade que paira no infinito melancólico de um tempo que não volta nunca mais.
Mogi das Cruzes, 11 de setembro de 2012
Une versos e estranhamentos
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
domingo, 22 de janeiro de 2012
A superfície do desespero
A dança da vida recomeçou e um sopro de esperança me libertou
-Grande Chefe me ensina a ser grande como uma montanha!
O retrato de Dorian queimou e um grito de liberdade me despertou
-Grande Chefe me salve da loucura que nunca foi minha!
O balé do negro cisne acabou e sua melancolia agora é só uma lembrança
Esta é uma canção de esperança
E é uma canção de desespero!
John finalmente alcançou a paz e o mundo ficou mais triste
Mas os bons homens merecem descansar dessa grande festa sem sentido
Eu desejo a todos bons amigos
É o fim de alguma coisa
E eu só desejo a todos bons amigos
Em última análise nada faz sentido
As palavras de Carlos estão sempre comigo:
“Chegou um tempo em que não adianta morrer”
“Chegou um tempo em que a vida é uma ordem”
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
O retorno de mim mesmo
O vento passa, esbarra no meu rosto.
Cada passo é acompanhado de uma bengalada com o guarda-chuva.
Depois de tanto hedonismo frustrado é bom estar de volta.
E agora só me resta envelhecer.
Antes que seja cedo demais.
Cada passo é acompanhado de uma bengalada com o guarda-chuva.
Depois de tanto hedonismo frustrado é bom estar de volta.
E agora só me resta envelhecer.
Antes que seja cedo demais.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
Sobre a humanidade
Aquele que bem compreende a humanidade é, em contrapartida, mal comprendido por ela.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Felicidade
Durante muito tempo questionei se felicidade é ter ou ser, ou ainda, se era simplesmente um estado de humor. Bem, felicidade não é alegria, esta é uma emoção. Esta sim é um estado de humor. Ter o que, no imaginário da sociedade capitalista, é uma vida em passárgada também não é exatamente felicidade. Quero dizer, Salomão teve muito dinheiro, poder, sexo e concluiu que tudo era como correr atrás do vento. Encontrou felicidade na fé. Mas esta em si também não é a felicidade. Aí é que está, o que é felicidade para um não é para outro. É aí que vem o grande insight: Felicidade é agir, de maneira geral, para produzir consequências prazerosas para você. Quando você age para evitar um desprazer, fugindo de algo aversivo a você, você se torna infeliz. Nesse contexto, dinheiro pode ser felicidade se produzir consequências boas para você. Espiritualidade também. Por outro lado, se voce busca dinheiro apenas para evitar ficar endividado e não para ter mais lazer e prazer na vida, você se torna infeliz. Da mesma maneira que se você tem fé apenas para não ser condenado pelas leis divinas, você se torna muito infeliz. O problema é que agimos das duas maneiras o tempo todo. Portanto, não há como ser totalmente feliz, posto que dependemos dos outros para isso. Mas, é necessário que os seu principais comportamentos sejam para produzir consequências boas para você e não para evitar consequências ruins. Este é, nas minhas palvras, o conceito behaviorista de felicidade, que para mim faz muito sentido.
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