segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Meandros medíocres e niilistas de um rio assustado

O real sentido da vida é o medo. Você tem o prazer e o medo de perdê-lo. Você tem a vida e o medo de morrer. Você tem a certeza e o medo de estar enganado. Você tem as pessoas e o medo de ser traído. Você tem medo do desprazer, medo da perda. Você não se arrisca. No máximo vai até a varanda. É o teu medo do mundo, que o mundo para ti é doença terminal. No profundo desejo de não-transformação. Quem dera houvesse a estagnação, a estabilização, o não bater até parar do coração? É o medo o verdadeiro demônio. Deus é o tempo, é o devir. Não aquele velho estúpido que te eche de medo de, fosse uma idéia nova pasmaria, pensamentos pecaminosos. Escolha agora suas armas, apanhe o seu casaco e se lance no mundo com um novo olhar: um olhar de coragem. E que sejam ditas as coisas fundamentais: o que se ama deve saber que é amado e o que não se ama deve ter conhecimento deste fato. E, principalmente, a dúvida deve ser posta. Agora, não me julgue. Eu não afirmo nada e nem defendo tese alguma. Porque o medo pode ser o seu prazer e isso torna tudo um grande paradoxo. E também não acredito em nada, muito menos em minhas próprias palavras. Frutos de uma mente turva e cansada.

2 comentários:

  1. Como já escreveu Ernest Becker em " Negação da Morte " teorizando sobre o medo da morte _ o único medo real e pai de todos os outros _ o ser humano é animal consciente de sua finitude...algo peculiar no homem, só possivel num ser tão fragilizado pelo temor".
    Obrigado pela visita. Tamos aí!

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  2. De todos os medos que foram mencionados, o que mais me assusta, não é o medo da morte, esse até me alegra se vier na hora certa. O que verdadeiramente me aterroriza é não existir, não confirmar minha existência, não ter feito nada que me singularize como pessoa, fazer da vida objeto sem significância. Não me entenda mal, não quero ser famoso, só quero dar sentido à minha existência.

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