segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sobre felicidade

Felicidade parece ser um conceito pessoal. Se você pergunta a alguém o que ela quer geralmente temos a resposta: "eu só quero ser feliz". Mas o que isso significa afinal? Para alguns, felicidade é sucesso. Para outros é pagar as contas, para outros é viver em paz, para outros é encontrar e viver um grande amor. De qualquer forma, todos parecem buscar uma estabilidade. Seja financeira ou seja no relacionamento. Mas será que obtendo tal estabilidade sentiriamos um contentamento constante que poderíamos chamar de felicidade? Creio que não. Clarice Lispector já perguntou: "o que é que a gente faz depois de ser feliz?" Talvez o conceito de felicidade funcione apenas como uma motivação para continuarmos vivendo sem cair no niilismo. Porém, é preciso tomar cuidado para não trocar o presente por um futuro feliz que na verdade é só idealização e que nunca irá chegar. Achar que você só vai ser feliz quando você tiver determinado objeto, pessoa ou emprego te tornará uma pessoa cansada e triste. Não existe estabilidade na vida. Os pré-socráticos já falavam em devir que é a constante transformação: dia e noite, quente e frio, prazer e desprazer etc. O devir é necessário e contrário a idéia de felicidade constante. Pois se tudo muda, hoje estou alegre e amanhã posso não estar. É como diz a sabedoria popular: "tudo passa". Seja bom ou seja ruim nada é estático. Enfim, precisamos nos policiar para não deixar o sonho de felicidade nos impedir de desfrutarmos o que já temos no presente.

Um comentário:

  1. Concordo com tudo que disse, mas não consigo me desprender de um ponto de vista mais romântico e você pode notar esse contraste no meu poema em prosa: "Quando meu amanhã chegar...". E esse contraste até que é bom, não deixa que nos afundemos nos pólos de nossas crenças. Então nem lá, nem cá. Fico no meio.

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